Detentos estrangulam líder do PCC em presídio e mostram fotos nas redes sociais
Detentos do Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, a Cadeia
Pública de Natal, fotografaram e espalharam pelas redes sociais uma
imagem que mostra o momento o detento Joel Rodrigues da Silva sendo
enforcado dentro do pavilhão B da unidade. O corpo do preso foi
encontrado dependurado pelo pescoço na noite deste sábado (10).
Joel do Mosquito, como era mais conhecido, foi preso no dia 25 de
setembro durante a operação Citronela, realizada pelo Ministério Público
na comunidade conhecida como Favela do Mosquito, no bairro das Quintas,
Zona Oeste da capital potiguar. Ele teria um patrimônio de R$ 1 milhão e
seria o líder do PCC no RN.
Titular da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), o delegado
Fábio Rogério disse que a Polícia Civil já incluiu a fotografia nas
investigações. “Porém, apesar das evidências de assassinato, só mesmo
uma perícia do Instituto Técnico-Científico poderá apontar o que causou a
morte do preso”, ressaltou. Quanto à motivação, o delegado não descarta
que o crime tenha sido cometido em razão das brigas entre facções
rivais que disputam o poder dentro dos presídios do estado, assim como
Joel também pode ter sido alvo de uma queima-de-arquivo por causa da
operação Citronela, mas que “ainda é cedo para qualquer conclusão”.
Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed) comunicou
que os Crimes Violentos Letais Intencionais registrados nas unidades
prisionais do RN estão sendo investigados separadamente pelas delegacias
onde os fatos ocorreram. Quanto ao caso do detento Joel Rodrigues da
Silva, a Sesed informou que o Itep esteve no local do crime e coletou
provas que serão periciadas. “Um laudo com o resultado final será
apresentado em 15 dias”, afirmou.
O G1 decidiu não mostrar a foto inteira e encobriu o rosto de Joel
com uma tarja preta. No entanto, nas laterais da imagem, é possível ver
mãos de pelo menos dois internos. Um de cada lado, eles estrangulam a
vítima usando fios encapados, enrolados em volta do pescoço da vítima.
Ainda de acordo com Dinorá, uma revista terá que ser feita dentro do
pavilhão na tentativa de se encontrar o aparelho celular que foi usado
pelos presos para fotografar a morte de Joel. “Neste domingo não dá. E
amanhã (segunda-feira) é feriado. É um tipo de procedimento que precisa
de agendamento”, ressaltou a diretora.
Quando o corpo de Joel foi encontrado estava com um lençol amarrado
no pescoço e dependurado nas grades de um portão que dá acesso ao
primeiro andar do presídio. Agentes penitenciários que trabalham no
presídio disseram que os internos que dividiam cela com a vítima
contaram que Joel havia se matado.
Operação Citronela
Durante a operação Citronela foram cumpridos 23 mandados de busca e
apreensão e duas pessoas foram presas em combate a crimes de tráfico de
drogas e lavagem de dinheiro. Um dos detidos foi Joel do Mosquito,
apontado pelas investigações como líder de uma organização criminosa que
comandava o comércio de entorpecentes na região.
De acordo com o Ministério Público, Joel possuía condenação criminal
por tráfico de entorpecentes, tendo constituído ao longo do tempo um
vasto patrimônio distribuído em nome de terceiros e gerenciado de modo a
ocultar a origem ilegal dos recursos.
“Ao longo da investigação ficou comprovado que o grupo é responsável
pela gestão de um elevado patrimônio, avaliado em mais de R$ 1 milhão,
composto por automóveis de luxo, apartamentos, terrenos em condomínios
de praias e em outros locais de alta valorização imobiliária, uma
empresa de construção civil, dois salões de beleza e cafeteria em área
nobre da capital”, afirmou o MP.
Por fim, foi determinada a indisponibilidade dos bens dos
investigados e das empresas utilizadas para lavagem de dinheiro. Também
foram apreendidas armas, drogas e considerável quantidade de dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário