Hugo Motta admite que CPI da Petrobras pode terminar este mês
Após
acusações de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, teria recebido
recursos de dois contratos firmados pela Petrobras, o seu grupo político
trabalha para enterrar de vez a CPI que investiga a estatal. Prorrogada
antes em duas oportunidades com apoio de Cunha, dessa vez a comissão
enfrenta maior resistência para continuar.
—
Identifiquei dificuldade na prorrogação da CPI, algo que não aconteceu
nas outras vezes. Tentamos votar nessa semana e não conseguimos. Quem
faz a pauta é o Eduardo Cunha, cabe a ele pautar. A CPI ainda tem muito
para avançar — afirma o deputado Onyx Lorenzoni ( DEM- RS).
O
requerimento pedindo a prorrogação até março do ano que vem foi
protocolado por Lorenzoni no dia 1 º de outubro com o apoio de outros 14
integrantes da comissão. Para ser votado com urgência, é preciso o
apoio de líderes partidários que representem a maioria da Casa. Caso
contrário, a comissão acabará no dia 23.
O
presidente da CPI, Hugo Motta ( PMDB- PB), aliado fiel de Cunha, afirmou
que não tratou com ele sobre o tema. Disse que, caso não haja
prorrogação, o depoimento do atual presidente da Petrobras, Adelmir
Bendine, nesta quartafeira deve ser o último, com a próxima semana sendo
reservada para votação do relatório. Aliados de Cunha afirmam que “sua
tropa está querendo acalmar os ânimos”.
O
presidente da Câmara disse ao GLOBO ser “indiferente” quanto a prorrogar
os trabalhos. Afirmou que a decisão depende dos líderes e ironizou os
que veem ação sua no fim da CPI.
— Tudo que acontece sou eu. É impressionante — disse, por mensagem de texto.
Cunha
compareceu na comissão assim que virou alvo de inquérito no STF. No
depoimento afirmou que todos os seus bens estavam declarados no Imposto
de Renda. Investigações realizadas na Suíça, porém, identificaram contas
secretas em nome de offshores que tinham Cunha e sua mulher como
beneficiários.
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