Reale Junior diz que TSE pode cassar diploma de Dilma se comprovar corrupção
Estadão Conteúdo –
O jurista Miguel Reale Junior disse, em entrevista à reportagem, que
“não há a menor dúvida de que através da Ação de Impugnação de Mandato
Eletivo (Aime), aberta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode
haver a cassação de mandato eletivo, se houve abuso de poder político e
econômico”. Reale Junior contribuiu para o pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff protocolado pelo jurista e fundador do PT
Hélio Bicudo.
Segundo o especialista, a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime) é
uma ação eleitoral prevista na Constituição e tem por objetivo impugnar
um mandato obtido com abuso de poder político, econômico, corrupção ou
fraude. Para Reale Junior, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não
estaria cassando o mandato. “Ele vai dizer se a eleição (da petista
Dilma Rousseff) foi ou não irregular”, afirmou.
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O jurista destaca que, se o TSE comprovar que houve irregularidade, a
corte estaria dizendo que houve um “vício anterior” à posse, uma
irregularidade na campanha que a levou à eleição, e, por isso, cassaria o
diploma de Dilma Rousseff e de seu vice, o peemedebista Michel Temer.
Ele se contrapõe ao jurista Dalmo Dallari que, em parecer encomendado
pelo PT, alegou que o TSE não teria competência para cassar o mandato de
Dilma. “Na realidade, a pergunta já contém a resposta, pois o artigo 85
da Constituição dispõe, especificamente, sobre as hipóteses de cassação
de mandato do Presidente da República e ali não se dá competência ao
TSE para decidir sobre a cassação”, escreveu Dallari.
“O TSE está examinando se o processo eleitoral foi viciado ou não e se
foi, está dentro de sua competência (de atuação), nas Ações de
Impugnação de Mandato Eletivo. Não há dúvida de que a análise da matéria
está dentro da competência do TSE.”
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