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terça-feira, 13 de outubro de 2015


Detentos estrangulam líder do PCC em presídio e mostram fotos nas redes sociais

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Detentos do Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, a Cadeia Pública de Natal, fotografaram e espalharam pelas redes sociais uma imagem que mostra o momento o detento Joel Rodrigues da Silva sendo enforcado dentro do pavilhão B da unidade. O corpo do preso foi encontrado dependurado pelo pescoço na noite deste sábado (10).
Joel do Mosquito, como era mais conhecido, foi preso no dia 25 de setembro durante a operação Citronela, realizada pelo Ministério Público na comunidade conhecida como Favela do Mosquito, no bairro das Quintas, Zona Oeste da capital potiguar. Ele teria um patrimônio de R$ 1 milhão e seria o líder do PCC no RN.
Titular da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), o delegado Fábio Rogério disse que a Polícia Civil já incluiu a fotografia nas investigações. “Porém, apesar das evidências de assassinato, só mesmo uma perícia do Instituto Técnico-Científico poderá apontar o que causou a morte do preso”, ressaltou. Quanto à motivação, o delegado não descarta que o crime tenha sido cometido em razão das brigas entre facções rivais que disputam o poder dentro dos presídios do estado, assim como Joel também pode ter sido alvo de uma queima-de-arquivo por causa da operação Citronela, mas que “ainda é cedo para qualquer conclusão”.
Em nota, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed) comunicou que os Crimes Violentos Letais Intencionais registrados nas unidades prisionais do RN estão sendo investigados separadamente pelas delegacias onde os fatos ocorreram. Quanto ao caso do detento Joel Rodrigues da Silva, a Sesed informou que o Itep esteve no local do crime e coletou provas que serão periciadas. “Um laudo com o resultado final será apresentado em 15 dias”, afirmou.
O G1 decidiu não mostrar a foto inteira e encobriu o rosto de Joel com uma tarja preta. No entanto, nas laterais da imagem, é possível ver mãos de pelo menos dois internos. Um de cada lado, eles estrangulam a vítima usando fios encapados, enrolados em volta do pescoço da vítima.
Ainda de acordo com Dinorá, uma revista terá que ser feita dentro do pavilhão na tentativa de se encontrar o aparelho celular que foi usado pelos presos para fotografar a morte de Joel. “Neste domingo não dá. E amanhã (segunda-feira) é feriado. É um tipo de procedimento que precisa de agendamento”, ressaltou a diretora.
Quando o corpo de Joel foi encontrado estava com um lençol amarrado no pescoço e dependurado nas grades de um portão que dá acesso ao primeiro andar do presídio. Agentes penitenciários que trabalham no presídio disseram que os internos que dividiam cela com a vítima contaram que Joel havia se matado.
Operação Citronela
Durante a operação Citronela foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão e duas pessoas foram presas em combate a crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Um dos detidos foi Joel do Mosquito, apontado pelas investigações como líder de uma organização criminosa que comandava o comércio de entorpecentes na região.
De acordo com o Ministério Público, Joel possuía condenação criminal por tráfico de entorpecentes, tendo constituído ao longo do tempo um vasto patrimônio distribuído em nome de terceiros e gerenciado de modo a ocultar a origem ilegal dos recursos.
“Ao longo da investigação ficou comprovado que o grupo é responsável pela gestão de um elevado patrimônio, avaliado em mais de R$ 1 milhão, composto por automóveis de luxo, apartamentos, terrenos em condomínios de praias e em outros locais de alta valorização imobiliária, uma empresa de construção civil, dois salões de beleza e cafeteria em área nobre da capital”, afirmou o MP.
Por fim, foi determinada a indisponibilidade dos bens dos investigados e das empresas utilizadas para lavagem de dinheiro. Também foram apreendidas armas, drogas e considerável quantidade de dinheiro.

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